Construção: 10 mil postos de trabalho desaparecem por mês
O presidente do Sindicato da Construção de Portugal disse este sábado que «todos os dias desaparecem 15 empresas e todos os meses desaparecem cerca de 10 mil postos de trabalho», porque o setor está praticamente paralisado.
«Se o atual Governo persistir na mesma direção e não lançar o Hospital de Todos os Santos (Lisboa), as barragens, a reestruturação dos caminhos-de-ferro até ao final do ano este setor é mesmo varrido», vaticinou Albano Ribeiro, numa conferência de imprensa no Porto, focada no desemprego crescente na construção, em boa parte devido a um forte desinvestimento público.
Albano Ribeiro deu com exemplo a suspensão da construção do túnel rodoviário e da autoestrada do Marão, entre os concelhos de Amarante e Vila Real, que se prolonga há um ano e «afetou 1.400 postos de trabalho».
«Todos os dias, há empresas que abandonam os trabalhadores», deixando-os «em situações muito fragilizadas» no que toca aos seus direitos, afirmou.
Muitos trabalhadores «entregaram as suas casas» aos bancos por não terem meios financeiros, mas o sindicato é da opinião que, «muito rapidamente, os números irão aumentar vertiginosamente».
Albano Ribeiro referiu haver vários casos em que o desemprego atinge «marido, mulher e filhos» e nesta conferência de imprensa estiveram presentes trabalhadores a braços com esse problema.
Para Albano Ribeiro, o Governo tem de «fazer tudo ao contrário» e promover o «relançamento do setor e da economia» para inverter a situação que o setor vive.
Segundo o sindicalista, «só haverá crescimento económico se este Governo, de uma vez por todas, olhar para construção civil e obras públicas como motor da economia», o que «criaria cerca de 100 mil postos de trabalho neste setor e nos da cerâmica, do vidro, das pedreiras, da metalurgia, dos têxteis e dos materiais de construção, entre outros».
fonte:http://www.agenciafinanceira.iol.pt/