Portugueses trabalham muito, mas resultados são fracos
Mesmo assim, entre os 25, Portugal é o 5º país onde o trabalho por conta própria tem mais expressão: somos os oitavos mais empreendedores, mais elas mais que eles.
Apesar da crise há quem não se resigne e aposte tudo num negócio por conta própria. Olhando para o conjunto da União Europeia, Portugal até é um país de empreendedores, o pior é a produtividade.
Nos primeiros dez anos europeus muitos foram os portugueses que se atiraram de cabeça para um negócio, criaram o seu emprego e o de mais alguns, apesar das dificuldades burocráticas que uma solução dessas representava. Depois, sobretudo após 2004, a euforia baixou, segundo o estudo “25 anos de Portugal Europeu”, coordenador Augusto Mateus.
Mesmo assim, entre os 25, Portugal é o 5º país onde o trabalho por conta própria tem mais expressão: somos os oitavos mais empreendedores, mais elas mais que eles, o que faz o país subir no ranking.
Quando comparados com os parceiros iniciais da coesão, os portugueses são dos que menos medo têm de falhar e a sua intenção de criar o próprio negócio quadruplicou na primeira década do século XXI. Mas o empreendedorismo por necessidade fez com que os irlandeses, gregos e espanhóis dessem mais facilmente o passo na hora decisiva. E como é óbvio, o financiamento, é um factor fundamental, nem sempre disponível para estas iniciativas.
As novas tecnologias contribuem decisivamente para o crescimento, seja no desenvolvimento dos produtos ou na sua divulgação.
Progresso tecnológico que tem faltado em sectores fundamentais, pondo em causa a produtividade das empresas sectores e do país. Só nos primeiros sete anos de integração é que houve um crescimento de 4%. Até ao fim do século XX reduziu-se para metade e o mesmo aconteceu nos anos seguintes.
Apesar do desemprego continuar a aumentar, Portugal é um dos países europeus com maior taxa de actividade, em que as pessoas trabalham mais horas mas onde menos produzem. Só nas actividades financeiras, seguros, comunicação e informação é que estamos em linha com a Europa. Na agricultura divergimos totalmente e na indústria transformadora, exposta à concorrência internacional, a maior produtividade é na fileira da comunicação e electrónica.
Este é mais um dos indicadores tratados no estudo "25 anos de Portugal Europeu", coordenador por Augusto Mateus, e que vai ser uma das bases para o debate no 2º Encontro Presente no Futuro, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, nos dias 13 e 14 de Setembro, em Lisboa.
fonte:http://rr.sapo.pt/in