Trabalhadores do comércio convocam greve para o 1º de Maio
A Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio Escritórios e Serviços (FEPCES) convocou uma greve para o 1º de Maio, depois de algumas cadeias de distribuição terem decidido abrir portas no feriado.
No pré-aviso de greve enviado aos ministérios do Trabalho e da Economia, a FEPCES diz que a paralisação tem como objectivo “possibilitar a participação dos trabalhadores na comemorações do 1º de Maio”, lutar contra as injustiças e exigir respeito pelo dia internacional do trabalhador.
De acordo com Manuel Guerreiro, presidente da FEPCES, para além dos supermercados E-Leclerc e Intermarché – que tradicionalmente estão abertos neste feriado - as cadeias Pingo Doce e Continente também terão decidido abrir as lojas, “usando o argumento da crise”.“É o capitalismo selvagem”, acusa o dirigente.
Contactada pelo PÚBLICO a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) diz que a abertura no dia 1º de Maio está "perfeitamente enquadrada no regime dos horários de funcionamento das superfícies comerciais" e lembra que muitos dos seus associados já o fazem.
"A difícil conjuntura económica que se vive no nosso país só pode ser ultrapassada com a colaboração de todos na criação de riqueza nacional", diz a APED que não entende "que os sindicatos não sejam solidários neste esforço de contribuição para a recuperação da economia nacional".
Entretanto, a FEPCES vai exigir às câmaras e assembleias municipais “medidas reguladoras” em matéria de horários, para as “responsabilizar”. A recente alteração à lei veio colocar nas mãos dos municípios a decisão de permitir (ou não) a abertura aos domingos à tarde e feriados das lojas com mais de dois mil metros quadrados de dimensão. Manuel Guerreiro acusa as autarquias de nada terem feito. “Os investimentos compram as decisões”, criticou.
fonte:http://economia.publico.pt/