Os cofres da Segurança Social já suportaram 30 milhões de euros com processos de lay-off, em Portugal, desde 2007. Segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Economia e Emprego ao CM, só nos primeiros cinco meses deste ano houve 183 empresas a iniciarem processos de lay-off, atingindo 2878 trabalhadores, ou seja, desde Janeiro, vinte trabalhadores por dia viram o contrato suspenso.
Entre 2007 e Maio deste ano foram colocados em lay-off 29,1 mil trabalhadores, depois de 1086 entidades empregadoras terem recorrido a este mecanismo devido à crise. Os trabalhadores podem ser colocados em lay-off até um máximo de seis meses, período durante o qual reduzem ou suspendem totalmente as horas de trabalho. Como consequência, só recebem dois terços do salário bruto, pago pela Segurança Social (70%) e pela empresa (30%), que não pode fazer despedimentos.
Só nos primeiros cinco meses, os encargos para o Estado com o recurso a este mecanismo, que carece de autorização do ministério de Álvaro Santos Pereira, atingiram os 2,6 milhões de euros. A nível do número de empresas, em quase meio ano, já se atingiu a totalidade de patrões que optaram por esta via em 2010. Mesmo assim, o pico do lay-off aconteceu em 2009, em plena crise financeira e económica. Foram 16,3 mil pessoas com contratos suspensos, com um encargo para a Segurança Social de 15,5 milhões de euros.
A crise continua a fazer sentir os seus efeitos e os últimos dados do Eurostat, ontem publicados, apontam para uma taxa de desemprego recorde de 15,7 por cento em Julho, o mesmo que em Junho.
O ministro da Economia considera o número "alto e preocupante", mas defende que o Governo não pode "baixar os braços" no combate ao problema, apesar da "tendência de estabilização". O desemprego jovem recuou ligeiramente, fixando-se nos 36,4 por cento.
DESEMPREGO DEVE ATINGIR OS 17% ATÉ FINAL DO ANO
O secretário-geral da UGT, João Proença, alertou ontem que o desemprego em Portugal já está em "níveis nunca atingidos" e estimou que, até ao final do ano, a taxa possa ser "superior a 17 por cento".
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeua revogação imediata dalegislação que reduz a atribuição do subsídio de desemprego e instou o Governo a garantir o pagamento desta prestação a todos enquanto a economia nãorecuperar.
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